- Adeus.
O gerente olhava para um dos funcionários que mais tinha sofrido com suas humilhações, em sua curta carreira pela empresa. E, depois de tudo o que tinha se passado, este se despedia na humilhante situação de estar sendo demitido por justa causa. Seu olhar nunca tinha parecido tão transtornado.
- Pela segunda vez, eu estou sendo mandado embora. – disse o gerente, mais para si mesmo do que para seu já ex-subordinado.
Por mais impressionante que possa parecer, o funcionário sentia pena pela pessoa que agora estava a sua frente. Não havia mais aquela aura ameaçadora, ou o arquear de sobrancelhas. Muito menos o ar de menosprezo. Acabou. Meses de constrangimento, acabaram em uma pequena reunião, onde o gerente ficou sabendo a empresa “não precisava mais de seus serviços”.
Pela primeira vez, gerente e subordinado se olhavam como iguais: como seres humanos.
-“Prazer em conhecê-lo.” – poderia dizer o funcionário. Porém este fato não precisava ser expresso em palavras: a situação o tornava óbvio.
- Adeus. – sentenciou o gerente, sem o menor sentimento de pesar ou arrependimento. Direcionando assim seu corpanzil, em sua já familiar vagareza, escada acima, afinal – como seria comunicado pela empresa -, este saía “em busca de novos desafios”.
Talvez, somente talvez, toda essa situação não lhe tenha servido como lição, e não tenha gerado nenhum aprendizado. Mas certamente, nenhumas das pessoas que sofreram suas humilhações seguiram seu caminho da mesma forma que eram antes deste triste encontro.
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