quinta-feira, 30 de julho de 2009

Batalha Interior

O chão se abriu sobre os pés daquela doce garota: seus pais estavam à beira de um divórcio, ou um ataque de nervos; seus nervos estavam em frangalho; o trabalho dos sonhos tinha se tornado o inferno na Terra; o namoro, tão desejado, só lhe tirava o ar e injetava cobranças. Optou, enganosamente, por fechar-se em seu recluso universo pessoal.

Travou uma odiosa e dolorida guerra com seus demônios internos: o que não a levou a lugar algum. Teceu novas teorias que desafiavam a relatividade, e a lógica moral. Entregou a sua mente o doce sabor de desenterrar e cravar a ferro em seus pensamentos as piores memórias vividas, como um post it mental a lhe lembrar de sua incompreensivelmente tola desnecessidade. Tremeu de medo só pensar em se olhar no espelho.

Sem se dar conta voltou a ouvir seus CDs prediletos, reviu seus amigos, reviu os romances que colocavam um leve sorriso em seu rosto: se viu costurando suas feridas uma a uma.

Reconheceu seu sorriso no espelho, ao mesmo tempo em que voltou a acreditar no que tinha, levianamente, deixado seus demônios carregarem para longe de si: a verdade de que só ela podia carregar a esperança e o poder de transformar a si própria.

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